Aplicando o Design Sprint na criação de produtos digitais

Jul / 2019UXNeudson Costa

Elaborada pela Google Ventures, a metodologia Design Sprint se popularizou no universo da criação de produtos digitais por viabilizar o teste e a aplicação de novas ideias em apenas cinco dias.

Se você trabalha como Product Designer ou com um Designer na sua equipe, é bem provável que já tenha escutado esse termo pelos corredores da empresa ou visto o famoso livrinho azul com letras amarelas.

Nesse artigo, eu reuni, de maneira simplificada, sua origem, definição, e algumas instruções pra você aplicá-la em seus projetos daqui em diante.

O que é o Design Sprint?

O Design Sprint é um processo ágil, que te possibilita “sair do nada”, no começo da semana, e ter um protótipo de alta fidelidade ou um produto testável, no final da mesma semana.

O termo “Design Sprint” foi cunhado pelos profissionais Jake Knapp, John Zeratsky e Braden Kowitz do Google Ventures, que juntos, escreveram o livro “Design Sprint - o Método usado no Google para testar e aplicar novas ideias em apenas cinco dias” (em tradução para o português), com o passo a passo da metodologia e ensinando como aplicá-la.

Com a popularização do livro e o conhecimento propagado para milhares de profissionais em todo o mundo, o Design Sprint tem sido usado em centenas de projetos pra ajudar a acelerar processos de design.

Processos como esse ajudam você e sua equipe a testar idéias rapidamente. Embora existam diferentes maneiras de executar uma design sprint, a mais comum, apresentada aqui, é a com duração de cinco dias - de segunda a sexta-feira.

O início de uma design sprint

Hey ho! Let's go!

Vamos supor que a equipe de produto encontrou uma oportunidade muito boa e a transformou em uma hipótese, e então solicitaram ajuda da equipe de design para validar se a hipótese é próspera ou deve ser pivotada.

Wow, o que a equipe de design deve fazer?

Primeiro, organizar um kick-off. Uma apresentação para explicar o processo em detalhe e expor, de forma clara, o objetivo da design sprint: construir e testar um protótipo realista em cinco dias.

Para facilitar o desenvolvimento de cada atividade, é preciso seguir algumas regras também. São elas:

  • Escolher entre os participantes, quem será 1. o personagem decisor, responsável por decisões mais significativas; e 2. o personagem facilitador, o responsável pelo cumprimento do cronograma.

Obs.: É comum o decisor ser um Product Owner ou stakeholder, e o facilitator um Designer.

  • Impedir a entrada de dispositivos móveis na sala enquanto estiver a design sprint estiver sendo realizada.

Obs.: Se alguém precisar atender ou realizar uma ação, solicite que seja feita em outro lugar, fora da sala.

  • Compartilhar o máximo de informações que possível.

Obs.: Isso tornará a design sprint mais dinâmica, uma vez que ninguém sabe de tudo.

Vá inserindo as regras que achar interessante pra garantir o bom andamento da design print, durante os seus apenas cinco dias. Posso te garantir que cada nova design sprint é um aprendizado, então não se preocupe, é possível sempre melhorar a próxima.

“Os cinco dias” do Design Sprint

Cada um dos cinco dias que compõem uma design sprint têm objetivos específicos. Vamos ver um por um.

Ilustração design Sprint Imagem: Ilustração de uma design sprint. Do livro Sprint, escrito por Jake Knapp, com John Zeratsky e Braden Kowitz. Google Ventures. Aplicando o Design Sprint na criação de produtos digitais, Neudson Costa - Dito CRM.

1) Segunda-feira: Mapeie.

O começo e o fim!

Explique todas as regras, todas as etapas e o porquê da sprint durar cinco dias. Assim garantindo que todos estarão na mesma página, em todos os passos.

Para que todos se conheçam, é interessante reunir todos os convidados em uma sala e solicitar que eles façam uma breve apresentação de si. A harmonia dos profissionais participantes facilitará nas etapas de mapeamento e entendimento do problema. Assim conseguirão pesquisar, entender, levantar hipóteses e elaborar ideias facilmente.

Definindo o problema e documentando expectativas de possíveis soluções, estamos prontos para ir para o próximo passo.

Algumas ferramentas utilizadas:

  • Icebreaker
  • Contextualização dos problemas
  • Persona Making
  • Mapa de Empatia

2) Terça-feira: Faça esboços.

Mão nos sketches!

É a etapa de desenhar, de esboçar as ideias mapeadas no passo anterior. O mediador facilitará a revisão das ideias existentes, mesclando e refinando-as para que a equipe consiga priorizar e seguir para o passo a frente.

Uma dica: não precisa ser um Leonardo da Vinci, qualquer rabisco é válido.

Atenção! Para o mediador é interessante que a partir de hoje, ele busque pessoas para testar o protótipo na sexta-feira.

Algumas ferramentas utilizadas:

  • Icebreaker
  • Debriefing
  • Silentstorm
  • Brainstorm

3) Quarta-feira: Decida.

Precisamos decidir pra onde vamos, major! Bom, na quarta-feira é a etapa que, muitas vezes, o decisor vira ator principal. Pois, pode acontecer de haver um empate ou uma decisão mais significativa. A equipe confronta as hipóteses e rabisco, tendo que escolherem a melhor rota para a solução do problema ou desafio.

Essa é a parte de filtrar o que será utilizado e descartar o que não será. Transformando tudo o que for utilizar em um storyboard, com o plano detalhado passo a passo o que será o protótipo.

Algumas ferramentas utilizadas:

  • Icebreaker
  • Attribute listing
  • Vote points
  • Matriz de priorização
  • Levantamento de funcionalidades

4) Quinta-feira: Protótipo.

Mão na massa! Ops protótipo...

A idéia é construir um protótipo baseado no storyboard criado na quarta-feira. A maior parte do trabalho será focado em garantir que tudo estará OK para que possa ser testado na próxima etapa.

Atenção! Para o mediador, essa é a etapa é para garantir a confirmação de todas as pessoas que irão participar do teste no próximo passo.

Algumas ferramentas utilizadas:

  • Crazy8
  • MoodBoard
  • Wireframe de baixa fidelidade
  • Wireframe de alta fidelidade

5) Sexta-feira: Teste.

Work never dies!

É o dia de validar as suposições, tirar as dúvidas e jogar as certezas no lixo. Pois chegamos na etapa de testes. O principal objetivo deste passo é testar o protótipo com as pessoas e aprender com os resultados e feedbacks obtidos.

Por fim, reúna as informações colhidas e ponha na mesa para decidir sobre a continuidade e aplicação real da ideia.

Algumas ferramentas utilizadas:

  • User stories
  • Testes de usabilidade

O famoso “by the book” não rola em todos os cenários

A design sprint vem sendo usada por startups, que estão no início, com ideias ainda um pouco turvas. Ou empresas que aderem essa metodologia pra ser uma alternativa ao brainstorm, ou outros processos criativos, pois demonstra ser algo mais prático e próximo a realidade.

Existem cenários que os Designers encontram-se perdidos por existir uma resistência ao "novo", significando que o nível da visão de "design" ainda está no começo. Antes de tentar rodar uma design sprint, uma das formas de contornar a resistência é evidenciando os processos de design, levando conteúdos que exemplificam os benefícios e o impacto que os processos aplicados na criação traz para os projetos.

Após levar conteúdo, discutir os benefícios e impacto que poderá gerar nos projetos de sua equipe, tente entender o seu cenário. Pode ser que a sua equipe não tenha tempo suficiente para conseguir aplicar os processos e nem como justificar um tempo maior para aplicá-los, portanto, ir aplicando alguns passos que fazem sentindo para o seu cenário é uma das melhores alternativas.

Neudson Costa

Product Designer

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